Teias de Aranha

quinta-feira, abril 27, 2006

Engano


Procuras o fogo. Eu uma enseada de calmaria.
Refugias-te numa sala cheia de vozes. A minha está cheia de mim.
Fecháste a porta à chave. Estendi uma passadeira vermelha.
O sol era ilusão. Pela frente uma gruta sombria.
Fiz as malas e segui viagem. Lentamente. É pesado o cadáver da ilusão.

terça-feira, abril 25, 2006

Ciclo vicioso

São tempos de ironia estes em que existimos. Cada vez mais gente sozinha, gente à procura de alguma coisa. Muitos nem sabem bem do quê. Esperam que... o amor. Uma presença. A presença. Alguém para quem voltar no fim do dia de trabalho. Com quem planear as férias. Com quem ir de férias. Às compras. Ao cinema. Aos jantares dos amigos casados. E dos solteiros. Discutir sobre ninharias e depois fazer as pazes. Ter filhos. Mais do que o quotidiano. A comunhão, o sonho, a perfeição. Muita gente à procura. À procura do quê? Andamos desencontrados uns dos outros. Já se celebram divórcios. Festeja-se o desencontro. A promessa desfeita. O encanto quebrado. Viver a plenos pulmões. Um mundo inteiro para encher com a própria ilusão. É o fim duma prisão. Ou de um sonho? Daquele tal sonho de quem procura e ainda não encontrou.

segunda-feira, abril 24, 2006

Estamos fartas!



Os homens passam a vida a queixar-se que as mulheres são complicadas, chatas, que não as entendem, que amuam por tudo e por nada... Pois bem meus amigos, isso é um mito tão grande como o tamanho da vossa piloca não fazer diferença nenhuma. Mas este cartoon está divertido... Quanto a isso tenho que dar o braço a torcer...

sexta-feira, abril 21, 2006

Bilhete para os The Gift

Tenho um bilhete para venda para o concerto dos The Gift, hoje à noite. Custa 20 euros. Os interessados digam qualquer coisa.

quarta-feira, abril 19, 2006

Cachupa e boemia

Cada vez que ouço falar em Cabo Verdianos e São Bento, lembro-me da Cachupa. É um daqueles lugares emblemáticos onde os noctívagos de Lisboa acabam a noite. Quem já lá foi, sabe do que estou a falar. Na Cachupa, respira-se decadência (ou respirava-se, não sei se ainda existe). Na madrugada tardia, um apartamento, em mau estado, em S. Bento, enchia-se de pessoal que terminava a noite com uma refeição de cachupa cabo-verdiana, feita a preceito. À entrada do prédio, todo o cuidado era pouco para não pisar quem estava deitado no chão, refém de uma grande moca. Havia sempre muita gente, muitas bebedeiras e muitos cigarros apagados em cinzeiros que eram latas de atum vazias. Havia sempre alguém a vomitar na casa de banho. Eu ainda lá fui parar algumas vezes, mas como o meu estado não era dos melhores, não me recordo exctamente da rua. Se quisesse ir lá ter hoje sóbria não conseguiria, mas até é melhor assim para que permaneça um daqueles recantos que só fazem parte do imaginário. Recordações dos tempos de boémia inveterada.

terça-feira, abril 18, 2006

Os outros

Toda a gente se acha especial. O segredo para se conquistar alguém é fazer essa pessoa sentir-se assim. É tão fácil, tão simples fazer os outros contentes. Fazemo-lo tão pouco, tão raramente. Jesus pediu que nos tratássemos uns aos outros como irmãos e eu demorei tanto tempo a entender isso. Há que colocar a Religião de parte para percebermos o sentido dessas palavras. Não é preciso acreditarmos em Deus ou em Alá, respeitarmos os ensinamentos de Buda ou seguirmos a sabedoria de Confúcio para atingirmos o básico. Os preceitos religiosos impõe-se-nos, muitas vezes, artificialmente. Achamos que deve ser assim, mas nem sempre sentimos. Basta olharmos uns para os outros e ver que à nossa frente está alguém que tem pais, irmãos, irmãos, tios, namorada, namorado, família, amigos, enfim, gente por quem é estimado. Mesmo que não simpatizemos, gostemos ou nos importemos com quem se cruza connosco diariamente, ajuda pensar que ali está um ser amado por alguém, que merece ser tratado com o respeito com que quem nos ama gosta que sejamos tratados.

segunda-feira, abril 17, 2006

O medo e eu

Responder ao desafio lançado pela Luísa, de assumir publicamente os meus maiores medos, exigiu da minha parte alguma reflexão. Não porque não os tenha, mas porque tive de seleccionar o que MAIS me assusta, sem entrar pelo campo dos medos existenciais. Aqui vai o resultado:

1- No domínio do irracional, assusta-me brutalmente a hipótese de ser enterrada viva. A minha avó contava-me que, na sua juventude, se falava muito de haver surpresas desagradáveis, quando se faziam as transladações dos corpos, nos cemitérios. Volta e meia deparavam-se com caixões arranhados. Sei que é mórbido, mas desde essa altura fiquei com o pânico de que me pudesse acontecer o mesmo a mim. Por isso, quero ser cremada. Chamem-me louca paranóica! No entanto, a minha claustrofobia não se resume a este mito, que o Hitchcock tratou da melhor maneira num episódio lendário, em que um preso fazia um trato com um coveiro. Dificilmente me apanham numa gruta, e muito menos numa mina ou submarino, se é que me faço entender. Por outro lado, ando na boa de metro e os elevadores não me assustam. Incoerências.

2 - Tenho medo de acabar mal os meus dias, tipo a viver na rua ou mergulhada na loucura. A demência assusta-me muito, sempre me assustou. Mais que isso, só mesmo apanhar herpes... labial é mau, mas genital então... nem falar.

3 – Tenho medo de surpresas. O que os outros consideram ser uma surpresa agradável, nem sempre o é para mim. Tenho medo de não conseguir disfarçar a minha reacção.

4 – Tenho medo de ficar fechada fora de casa sem roupa (isto no Verão claro). Às vezes tenho umas crises de sonambulismo, são raras mas existem. A mais grave aconteceu há uns anos atrás, durante a minha viagem de finalistas, na República Dominicana. Ficámos num hotel em que os quartos eram em pequenas vivendas no meio da florestação. Mal abríamos a porta, estávamos logo no exterior. A sonhar, a sonhar, acabei na rua. Felizmente, uma das colegas com quem fiquei já estava no quarto e pôde abrir-me a porta. Felizmente, dormi de pijama (estava calor e tinha considerado a hipótese de dormir só de cuecas... ) porque a primeira coisa que vi, ao acordar, foi o segurança, que andava a fazer a ronda, a olhar pasmado para mim. Imaginem se isso me acontece em casa! Com os vizinhos estronços que tenho...

5 - Tenho pânico daquelas pessoas que, à mínima coisa, largam uma anedota. Tipo, estão connosco e saem-se com uma do género: “Sabes aquela do padre blá blá blá?” Nessas situações, começo logo a tremer porque sei, tenha a perfeita noção, de que não vou achar graça nenhuma. Até porque, salvo raras excepções, não me costumo entuasiasmar com anedotas. Entretanto, quem contou espera uma reacção efusiva, que uma pessoa se desate a rir com força e vontade...e eu tenho uma incapacidade manifesta para fingir o riso. O máximo que consigo é um esgar amarelado, seguido de um ah ah ah ah ...

Et voilá.... Tenho outros medos mais sérios, mas esses são terrivelmente aborrecidos.... Agora vou passar a batata quente aos autores dos seguintes blogs. Não são cinco, mas não se pode ter tudo na vida.

Soestorias
Detalhes de mim
Quebra

domingo, abril 16, 2006

Rescaldo...

DESAFIO:

A Luísa Seabra lançou-me o desafio de confessar os meus 5 maiores medos. Luísa, tenho de reflectir sobre isso para ser o mais honesta possível. Mas não vou fugir ao desafio. Prometo!

É injusto

Regresso do Alentejo onde fui passar a Páscoa. Fiquei triste com a morte do Francisco Adam. É sempre chocante quando se parte aos 22 anos, com uma vida inteira por explorar. Como diz o Woody Allen, "é isso que eu penso da vida. Cheia de solidão e tristeza e sofrimento e infelicidade, e tudo acaba cedo demais". Para o Francisco, acabou mesmo cedo demais. Para os amigos e família dele também. Infelizmente, estão sempre a ir embora cedo demais muitos jovens anónimos e ninguém fica a saber, a não ser quem lhes está próximo. Mas isso não invalida que se sinta a perda do Francisco.
Onde quer que estejas, Francisco... fica bem.

quinta-feira, abril 13, 2006

Finalmente.... Vou ver Keane

Confirma-se! Os Keane vêm à Aula Magna para um concerto SUPER EXCLUSIVO. Vão apresentar em primeira mão o álbum novo, que só será posto à venda em meados de Junho. E adivinhem quem vai estar lá? MOI MÊME!!! É VERDADE! Ontem havia pouquíssimos bilhetes. A esta altura do campeonato, provavelmente já esgotaram.

Mas eu já comprei hehehehe! Depois de não ter conseguido arranjar bilhetes para o Coliseu, o ano passado, e de eles terem faltado à primeiro parte dos U2 por o vocalista estar doente, finalmente consegui.

É o que dá ter amigos bem informados. Dia 11 de Maio lá estarei!

Depois conto-vos como foi ;))))))

terça-feira, abril 11, 2006

Eu e os outros

É imensa a fronteira que existe entre o que somos, o que achamos que somos e o que os outros acham que somos. Há alturas na vida em que temos a certeza de que alguém ficou com uma imagem completamente diferente daquilo que somos. para pior, claro. Outras, até saímos beneficiados da avaliação alheia. Mas é sempre angustiante assistir impávida e serena a um julgamento errado e não poder fazer nada contra isso. E é uma injustiça também. Fico pior do que uma barata quando isso me acontece.

sábado, abril 08, 2006

quinta-feira, abril 06, 2006

A coisa ta bera

O horizonte está negro como breu aqui para os meus lados. Desconfio que tenho que me fazer à estrada novamente, e bem mais cedo do que imaginava. Desamparar a loja. Ir pregar para outra freguesia. A minha vida está a tornar-se num against all odds.

Desabafos de uma gaja moderna

Porque é que os homens têm a mania que só eles é que gostam de sexo? Quem é que lhes disse isso? mau mau mau mau mau mau mau!!! toin toin toin toin toin toin toin! Deixem-se de conversas e aprendam mas é a fazer minetes comme il faut.

quarta-feira, abril 05, 2006

Tempus incertus

O tempo não se decide. Por mim, prefiro que continue friozito, embora dispense a chuva. É que ainda não renovei o guarda-roupa de meia estação....

terça-feira, abril 04, 2006

Os Von Trapp cá da terra

Não resisto. O bom gosto exige que fale da "Floribella", a nova telenovela da Sic, pois não conseguiria deitar a cabeça na almofada, à noite, e dormir bem com a minha consciência se não o fizesse. Não sou adepta de novelas, mas a minha profissão exige que me mantenha a par das novidades, saber quem são os actores, bla bla bla. E já estava muito curiosa em relação a esta grande aposta de Francisco Penim e da Sic. Pele que vi nas chamadas de apresentação, tinha praticamente a certeza de que não iria gostar. Cheirava-me a esturro, não sei... Mas não fazia ideia de que me esperava um retorno aos tempos do colégio em que eu e as minhas colegas representávamos peças na aula da sister Collum, professora de francês. Ver a Luciana, a miúda dos ídolos que todos chamavam de borboleta, a representar, recorda-me uma vez que fiz de Santa Teresa do Menino Jesus. Ia tão mal que doía... Tudo muito declamado, expressões faciais intensas, de sobrolho franzido para a dor, cabecita baixa para a melancolia, sorriso rasgado a mostrar toda a alegria que me ia na alma e, é claro, aquele olhar meloso e revelador de santidade, tão característico das meninas santinhas... Pois é, a borboleta é uma seguidora minha, nem ela sabe, mas é... E culpa não é dela coitadita. É uma estreante e acredito que esteja a fazer o seu melhor. A culpa é de quem lá a pôs. Por outro lado, com textos daqueles até o Robert de Niro se tornaria num canastro de primeira. Talvez por isso, toda a gente vá mal naquela novela. Até um cão, que apareceu numa praça como figurante e que em vez de deambular normalmente, andou só às voltas e às voltas.... Estava muito mal dirigido aquele cão.
O enredo é muito real... uma história igual a tantas que conheço. O Frederico (Diogo Amaral), um rapaz de, para aí, 26 anos, mora numa mansão com os irmãos e como são todos orfãos, é ele quem toma conta da família e gere os negócios e a casa com punho de ferro. As if... Com ele, são cinco irmãos, e os dois mais velhos, a quem Frederico costuma chamar de crianças, são dois marmanjos bem crescidotes. O rapaz, há muito que deixou a puberdade, e a miúda já almeja por umas boas trancaditas no banco de trás do pópó. Daí que faça todo o sentido serem tratados como se tivessem seis anos...Acontece que o Frederico tem uma namorada, que só quer casar com ele pelo dinheiro, e que vai lá para casa morar e leva a mãe, uma víbora do pior. Surreal é também Mafalda Vilhena fazer de mãe da jovem que, se não é da mesma idade, deve andar perto. Era a mesma coisa que me porem a mim a fazer de mãe da Maria João Bastos. Dava cá um realismo à coisa!!!E caso não tenham percebido já a futurologia da coisa, a jovem Floribella irá ser empregada deles. Uma espécie de família Von Trapp à portuguesa, topam? Uma Música no Coração tuga, em que as colinas de Salzburgo foram substituídas pelas ruas pachorrentas de Freiria, uma aldeia na zona de Torres Vedras. Mas pior que tudo é aquele perigo iminente da protagonista começar a cantar e a dançar, demonstrando o quanto está feliz. Curiosos? Isto tudo e muito mais pode ser apreciado diariamente na Sic. Aconselho a verem, é uma experiência tão válida como fazer bungee jumping, mas muito mais perigosa. E eu poderia estar aqui a escrever durante horas que nunca conseguiria dar a correcta dimensão da cólidade desta produção nacional.

Barbapapas forever

Cá está ela, a famosa foto da mala dos Barbapapas, directamente de Zurique para um sotão cheio de teias de aranha...

ELE NÃO ESTÁ ASSIM TÃO INTERESSADO

Finalmente comprei o livro "Ele não está assim tão interessado", de Greg Behrendt e Liz Tuccillo, guionistas da série "Sexo e a Cidade". Segundo o Greg, uma mulher NUNCA deve dar o primeiro passo para conquistar um homem. Se ele estiver interessado, fará de tudo para a conquistar. Se ele não liga e simplesmente se esquece dela é porque ELE NÃO ESTÁ ASSIM TÃO INTERESSADO. Elucidativo...

Coisas que nunca fiz, mas gostava

Dei comigo a pensar numa série de coisas que sempre quis fazer, mas nunca se proporcionaram:

- Ver neve ao vivo. Sim é verdade, não sei como mas não dei por nada quando nevou em Lisboa este ano.
- Ir ao Brasil
- Ir a um restaurante de sushi
- Participar num episódio do "Gato Fedorento"
- Aprender a tocar bateria
- Ler o "Ulisses" do James Joyce
- Ir a um motel
- Nadar com golfinhos
- Ouvir o uivo de um lobo ao vivo e à noite (só ouvi de dia e é algo impressionante, de noite então deve ter um impacto brutal)
- Ir à Quinta da Regaleira
- Dormir na praia com uma boa companhia
- Fazer amor junto à lareira
- Ter um filho

segunda-feira, abril 03, 2006

Dias não

Há dias assim em que parece que as coisas correm pior. Quanto mais nos esforçamos parece que pior é. O melhor é deixar andar mesmo...

sábado, abril 01, 2006

Fica a referência

Uma ex-colega minha, a quem penso que posso chamar amiga, foi viajar em trabalho. Enquanto passeava por terras suíças, deu-se ao trabalho de fotografar um saco dos Barbapapas que estava numa montra, só porque viu neste blog que eu gostava desses desenhos animados. Depois mandou-ma por mail, assim como quem dá um presente. Infelizmente, ao reenviá-la para o meu mail de casa para a colocar aqui, a foto perdeu-se. Espero que ela ainda não a tenha apagado e ma possa enviar de novo. Mas se isso tiver acontecido, não faz mal. Fica aqui a referência. São pequenos gestos como este que cativam...